quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Dan.


Eu não sabia como seria minha vida depois daquilo. Mas olhar para o lado e ver que o Dan estava comigo, me parecia uma boa maneira de recomeçar.


Era 27 de junho de 2004. O frio era muito. -Pelo menos para mim que sempre fui acostumada com o calor infernal que faz no Brasil.-
Ao meu redor vários alunos: uns dormindo, uns rindo, outros conversando. Eu no meu lugar, ao lado da parede, não me mexia. Olhava fixamente para a professora que falava sem parar. Eu não sei do que ela tanto falava. Eu escutava, mas não ouvia.
De repente meus pensamentos foram interrompidos por um barulho de alguém batendo à porta. Era a diretora. Ela não parecia estar com uma cara legal.
- Marina, eu preciso falar com a Letícia.
-Tudo bem, pode ir, Letícia. – A professora a respondeu me olhando-
Eu me levantei meio que sem rumo e pensativa. O que eu tinha feito? Por que ela estava com aquela cara estranha? Eu comecei a sentir medo.
-Letícia... Seus pais morreram! –Eu não acreditei-
- O que? Co, co, como assim meus pais morreram? –meus olhos começavam a se encher de água-
- Eu sinto muito. Eles... Sofreram um acidente e... Morreram na batida.

Foi ridículo como míseras palavras marcaram toda minha vida. Naqueles dias eu chorei tanto que cheguei a pensar que meu aparelho lacrimar secaria. A cada dia eu encontrava um motivo a menos para continuar vivendo. Nada mais me animava; a solidão escolheu justo eu que sou tão fraca, para tomar conta.
Eu estava cansada daquela escola, daquela gente insensata. Nada daquilo me fazia bem. E eu muito me perguntava por que vagavam em tantos sites da internet tantas frases de amizade. Não fazia sentido. Amizade não existia. Todos sempre me pareceram viver por si e com si.

Meus tios agora estavam cuidando de mim. No ano seguinte, me mudaram de escola. As pessoas aparentavam ser... Diferentes. Logo que soou o sinal para o recreio, eu ainda estava na minha carteira. Pude avistar um menino de rosto simpático vindo em minha direção. Ele estava cada vez mais perto e eu cada vez mais sem jeito.
- Oi, eu sou Daniel. – Ele me disse sorrindo- Vem, vou te mostrar a escola! – E ainda sorrindo, me estendeu a mão direita para que eu pegasse-

Nisso eu segurei a mão dele, sem jeito, mas segurei. Se eu caísse, ele agora estava ali para me segurar. Eu não sei por que pensei isso, mas aquele olhar... Aquele olhar intenso e amigo iluminava todos os caminhos escuros que meu passado havia deixado em mim. Agora solidão é que não me fazia sentido. Ainda estava péssima pela terrível morte dos meus pais. Eu não sabia como seria minha vida depois daquilo. Mas olhar para o lado e ver que o Dan estava comigo, me parecia uma boa maneira de recomeçar. Porque foi naquele momento, pela primeira vez, que eu sentia nascer em mim um sentimento diferente e... E uma vontade de chamá-lo de melhor amigo!


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Letícia R.


Obs: Usei meu nome e o nome do meu melhor amigo pra criar esta história, mas ela é totalmente fictícia.
Quis fazer algo diferente para o tema "melhor amigo existe?" e a criei para dar como resposta que sim, melhor amigo existe.

4 comentários:

  1. Melhores amigos existem sim! :)
    E passei o texto todo pensando se seus pais haviam morrido mesmo... eheuheuehue

    beijos

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  2. Ahhh com certeza existeem *--*

    uieuieiueuieiueiueuiiueiueie
    Eu e minhas tragédias, credo. Mas eu só inventei. Ufa.

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  3. Quem dera eu tivesse um melhor amigo

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  4. Não fala assim ;\. É que voc apenas não o encontrou.

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