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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Ao garoto que mudou meu mundo

Se lembra de quando era dia primeiro de junho e ficaríamos frente a frente pela primeira vez?
Fazia frio e nos abraçávamos casualmente, sem saber que um dia nosso corpo nos imploraria para nos abraçarmos novamente, quando um dia estivéssemos longe um do outro.

Minha vida de repente virou um filme que não quer sair da cena em que nos conhecemos. Foi a melhor parte, porque foi onde e quando tudo começou. Contudo, às vezes conhecemos pessoas que futuramente vamos achar que fosse melhor se nunca a tivéssemos conhecido. Não porque não gostamos delas. Mas sim porque a amamos.
E o fato de você querer e tentar, não indica que sempre irá conseguir. Bem... Eu não consegui esquecer. Resolvi lembrar quando eu quisesse. Porém decidi me lembrar o tempo todo.

Escrevo aqui porque você me disse que se arrepende de ter me deixado. Leio suas frases e sei que está se sentindo sozinho. Não devia se sentir assim. Gosto de viver de lembranças boas quando o presente que vivo me agonia. E você sempre foi minha melhor lembrança.
Você escolheu me deixar depois de alguns meses. Eu escolhi continuar te amando, apesar de tudo. Sabe por quê? É que nunca ninguém que se mostra tão frio me fez sentir algo tão forte.
Eu estava passando por uma fase complicada, difícil. Mas você apareceu e tudo ficou diferente. Em alguns momentos, tornou-a ainda mais complicada. Só que enormes coisas ruins não tem peso quando colocadas numa balança junto com pequenas coisas maravilhosas que a pessoa que amamos nos fez.

Quanto às escolhas, nem sempre fazemos as certas. Mas aprendemos com elas e podemos nos arrepender e voltar atrás quando quisermos. Não faz idéia do que eu senti quando depois de outros meses separados você veio dizer que me ama. Eu sei que você nunca foi de dizer o que sente. E é por isso que senti o que eu senti.
Ainda depois de muito tempo, a saudade continua a mesma de antes, martelando e fazendo meu coração gritar. Meus olhos, que você tanto gosta, são reféns das lágrimas que deles escorrem.
Você disse que eu te faço falta. Eu sei como você se sente. Estou sentindo o mesmo.
Não se preocupe com o tempo que passou triste. Farei o mesmo, porque em momento algum estivemos sozinhos. Nosso pensamento nos uniu o tempo todo.
Já vai fazer um ano que nos abraçamos pela última vez...
Então... Que tal calar essa solidão inútil num abraço como aquele do dia em que nos conhecemos? Mas dessa vez, necessitadamente e não casualmente. Ficaremos conscientes de que precisamos um do outro para estar bem e não nos sentiremos mais sozinhos.

Da garota que jamais te esqueceu.
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Letícia R.
O que me inspirou:
http://www.youtube.com/watch?v=xz54D1qz8y4&ob=av2e

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Uma carta a ela.

- Queria poder iniciar esta carta com a palavra “querida”. Mas não estou escrevendo para uma amiga. Aliás, eu não sei o que colocarei no endereço do destinatário. O que eu deveria colocar, quando o destinatário mora em mim? –

Oculta presença que me acompanha... Ah, se você soubesse quanto tempo eu levei para saber seu nome. Eu não sabia exatamente o que eu sentia, mas... era como o vazio que se sente no estômago quando se está com fome. Começava devagar e aos poucos ia “apertando”.
Eu não enxergava. Mas era você. Era você que vinha ao meu encontro, correndo, de braços abertos para me envolver. Você esteve comigo nos meus piores momentos e nos melhores momentos dos outros. Eu podia estar sozinha ou rodeada de corpos que se movimentavam, conversavam, cantavam, dançavam ou faziam o que quer que fosse: era incrível como você não me abandonava.
Tantas vezes me fez perder o fôlego quando vinha me abraçar. Abraçava muito apertado. Durante uns dias, percebi sua ausência. Confesso que não senti sua falta. Eu me senti melhor. Eu não perdia o fôlego quando você não vinha ao meu encontro com os braços abertos para me espremer entre eles. É bom perder o fôlego no beijo e até no abraço também. Mas não no seu abraço. O seu abraço nunca me atraiu. Seus braços me machucam e a intensidade da força que usa também.
Você se foi quando outros braços fortes me tomaram de você. Mas quando esses outros braços fortes me deixaram, você veio me encontrar novamente. Isso me deu enjôo.
É por isso que estou te escrevendo. Você está me sufocando. Você já nem me abraça mais. Agora, toda vez que vem ao meu encontro, é como se viesse com as mãos abertas num espaço certinho para o encaixe do meu pescoço entre elas. E então você abraça meu pescoço com as mãos, apertando-o sem dó. Não percebe que está me deixando sem ar?!
Pare! Me deixe respirar! Suma de todos os cantos, da minha vida e da vida dos demais. Eu odeio quando sinto seu cheiro. Odeio mais ainda quando você me sufoca sem me deixar respirar.
O mundo precisa viver. Eu já disse que no começo eu não sabia o que me sufocava. Você ficava ao meu lado sem me tocar, e aí eu me sentia vazia, sem entender o motivo. Eu custei... Mas agora eu sei qual é seu nome.
Deixe as pessoas em paz, solidão.


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Letícia R.