quinta-feira, 15 de abril de 2010

Primeiro amor, no inverno.


Quando se começa a primeira história de amor no inverno, qualquer garota, por mais frio que sinta na estação, passa a amar o tempo frio. Não que sentir frio seja agradável, mas ter fortes braços que te envolvam, e te protejam dos ventos gelados, é incrível. Ainda mais se for os braços daquele alguém que é tudo pra você.


Deito em minha cama, é noite, e quase bem tarde. Se eu num sentisse o piscar dos meus olhos, seria impossível dizer se estou com eles abertos, ou fechados. Lá fora, a lua ilumina o céu. Aqui dentro meus pensamentos iluminam meu quarto escuro. Na verdade, eu não posso ver o escuro. Quando é noite, eu prefiro pensar com os olhos fechados. Assim os pensamentos ficam mais vivos, mais reais. E eu preciso fechar os olhos e pensar urgentemente quando uma nostalgia fria me arrepia até os ossos. É uma forma para que eu não me desespere quando estou sozinha.


Eu posso ver, eu e meu amor sentados na beira da calçada, sob o céu estrelado e uma árvore, em uma noite fria de inverno. Ele está me fazendo algumas perguntas, e eu buscando alguma tentativa de conseguir responder. Seria falta de léxico? Talvez. Mas é um dos sintomas da paixão: Você fica boba, fica encantada, não encontra palavras para dizer algo. Então os dois se calam.
Ele está me olhando diretamente nos olhos agora. De tempo em tempo desvia o olhar para minha boca. Mas nossos olhares voltam a se fixar.
Ele tenta um beijo, mas não, me afasto, ali não era um bom lugar. De um vão entre o muro da minha calçada, fizemos de nosso cantinho. Eu digo que estou com medo e ele me abraça mais forte, me perguntando por quê. Posso ver nitidamente que não sabia por que temia. Mas assim que ele me abraçou mais forte, pude ver o medo se esvaindo.
Então os lábios dele tocaram os meus. Não demora muito para nossos olhares se fixarem novamente e nem para ouvirmos novamente o silêncio. Em nossa face, se fixava o sorriso.
Agora o sono se pendura em meus olhos, nossas faces risonhas, nossos olhares profundos, vão se apagando lentamente. Já relembrei o bastante, o sono chegou, é hora de dormir. Sonhar até.


Foram oito meses de namoro. Hoje já são dois meses sem ele. Mas tudo que foi bom ficará gravado em mim até minha amnésia apagar tudo.
Bom... Depois de tudo apenas penso que o silêncio de amor nunca foi traduzido em palavras. Mas eu tenho certeza! O olhar apaixonado transcende qualquer palavra bonita.
Eu sinto saudades daquele inverno, daquele amor. Valeu a pena enquanto realmente existiu. Mas agora quando estou sozinha, vale a pena relembrar aquilo tudo e saber que realmente aconteceu.

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Letícia R.

5 comentários:

  1. sem comentarios, sei que é dificil descrever a falta de alguém.

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  2. sei que é dificil descrever a falta de alguém. [2] Dói, e parece que a cada lugar que nós olhamos, vem aquela lembrança de algo que você e a pessoa faziam lá, os carinhos tudo.

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  3. "Depois de tudo apenas penso que o silêncio de amor nunca foi traduzido em palavras. Mas eu tenho certeza! O olhar apaixonado transcende qualquer palavra bonita."

    Perfeito *-*
    e ainda bem que você tem lembranças boas, a melhor coisa, apesar de toda dor, é ter do que se orgulhar ao olhar pra trás :)

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  4. achei lindo. me fez lembra uma pessoa também... um amor de inverno que se foi. Sentir falta de alguém é muito ruim mesmo ainda mais quando tu ama ou amava tanto.

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  5. Nada é por acaso ,pode ter certeza, que nesse inverno você tenha novamente alguém pra abraçar :)

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