domingo, 7 de fevereiro de 2010

Tudo (re)começa onde tudo termina.


Ele olhou em meus olhos, passou a mão no meu rosto e disse “Por que você tem medo?”. Eu olhei timidamente nos olhos dele e respondi “não sei”.
Talvez eu tivesse medo de me apaixonar. Sim, devia ser isso. Mas ele passou logo o braço atrás da minha cintura, juntando meu corpo com o dele.
O tempo parou ali. O céu podia desabar; O abraço dele iria me proteger. Eu poderia desmaiar, afinal, aqueles braços fortes estavam me segurando.
E já era. Meu primeiro beijo teve início em meio todo aquele encanto que eu sentia por ele, em meio toda minha timidez.
Eu disse pra ele que tinha medo. Mas ele me fez pensar que com ele seria diferente. Diferente do que acontece com uma garota que se apaixona por um garoto e depois ele a deixa, como acontece em filmes, por exemplo.
Ele me deu um beijo no rosto. Encostei minha cabeça em seu peito, e ele deitou a cabeça dele na minha. Me abraçou, dizendo “Eu gostei do seu olhar.” Eu respondi “Meu olhar é normal.” Eu levantei a cabeça olhando pra ele, e ele disse “não é não. Cada um tem um jeito de olhar. Seu olhar é profundo.” Eu comecei a achar que profundo mesmo era o que eu estava sentindo. Mas o que o momento constrói meio que erroneamente, o passar dos dias e a distância conseguem destruir.
De repente não importou mais a ele o quão profundo fosse meu olhar. E aqueles braços fortes, nessa hora devem estar protegendo outro corpo, outra alma, acolhendo outro coração carente.
Passou. Aquele nosso encanto todo passou junto com os dias do calendário e as horas do relógio. E acabou. E aquele medo antigo me domina novamente. Deve ser o medo de me apaixonar. Sim, deve ser. Porque tudo pode recomeçar a qualquer momento. Posso encontrar outro garoto; me apaixonar novamente e sofrer mais uma vez.
Bem... Minha história não terminou com “viveram felizes para sempre”. Mas posso dizer que se iniciou com “Era uma vez”. É que esse não é um conto de fadas. Esse é um conto de adolescentes. Nunca se sabe o fim.
Começa com “era uma vez”, e os casais podem terminar vivendo de diversas maneiras. A mais racional delas é “continuaram seguindo seus caminhos”. E tudo começa quando tudo termina.
Quanto a mim, estou só, novamente. Eu tenho medo ainda. Diferente de um filme, o garoto deixou a garota, mas não voltou. Agora quem não volta mais é ela.
E assim continuaram seguindo seus caminhos, longe um do outro como antes de se conhecerem.
O final? Ah, essa história acabou de começar.
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Letícia R.

4 comentários:

  1. muito bom o texto,
    eu estou avaliando os textos do conto/história!
    e todos estão me encantando, boa sorte D:

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  2. No mundo real o problema é achar que tudo é conto de fadas...iniciando um relacionamento com o pensamento do "felizes para sempre"

    Não existe o "felizes para sempre"...ponto

    Mas podemos valorizar algo enquanto dura... para que possamos guardar boas lembranças do que passou... Não vivemos o "felizes para sempre"...mas podemos usufruir do "seja eterno enquanto dure"...


    Beeejo

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  3. Uau, mto bonito seu texto, o amor não tem fim, ele apenas se renova

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  4. Aiiiin eu ameii seu texto, uma história parecida aconteceu comigo a pouco tempo :S

    Me indetifiquei muito

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