- Queria poder iniciar esta carta com a palavra “querida”. Mas não estou escrevendo para uma amiga. Aliás, eu não sei o que colocarei no endereço do destinatário. O que eu deveria colocar, quando o destinatário mora em mim? –
Oculta presença que me acompanha... Ah, se você soubesse quanto tempo eu levei para saber seu nome. Eu não sabia exatamente o que eu sentia, mas... era como o vazio que se sente no estômago quando se está com fome. Começava devagar e aos poucos ia “apertando”.
Eu não enxergava. Mas era você. Era você que vinha ao meu encontro, correndo, de braços abertos para me envolver. Você esteve comigo nos meus piores momentos e nos melhores momentos dos outros. Eu podia estar sozinha ou rodeada de corpos que se movimentavam, conversavam, cantavam, dançavam ou faziam o que quer que fosse: era incrível como você não me abandonava.
Tantas vezes me fez perder o fôlego quando vinha me abraçar. Abraçava muito apertado. Durante uns dias, percebi sua ausência. Confesso que não senti sua falta. Eu me senti melhor. Eu não perdia o fôlego quando você não vinha ao meu encontro com os braços abertos para me espremer entre eles. É bom perder o fôlego no beijo e até no abraço também. Mas não no seu abraço. O seu abraço nunca me atraiu. Seus braços me machucam e a intensidade da força que usa também.
Você se foi quando outros braços fortes me tomaram de você. Mas quando esses outros braços fortes me deixaram, você veio me encontrar novamente. Isso me deu enjôo.
É por isso que estou te escrevendo. Você está me sufocando. Você já nem me abraça mais. Agora, toda vez que vem ao meu encontro, é como se viesse com as mãos abertas num espaço certinho para o encaixe do meu pescoço entre elas. E então você abraça meu pescoço com as mãos, apertando-o sem dó. Não percebe que está me deixando sem ar?!
Pare! Me deixe respirar! Suma de todos os cantos, da minha vida e da vida dos demais. Eu odeio quando sinto seu cheiro. Odeio mais ainda quando você me sufoca sem me deixar respirar.
O mundo precisa viver. Eu já disse que no começo eu não sabia o que me sufocava. Você ficava ao meu lado sem me tocar, e aí eu me sentia vazia, sem entender o motivo. Eu custei... Mas agora eu sei qual é seu nome.
Deixe as pessoas em paz, solidão.
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Letícia R.
"Durante uns dias, percebi sua ausência. Confesso que não senti sua falta. Eu me senti melhor. "
ResponderExcluirconfesso que fiquei muito surpresa com o final! :o adorei seu texto e tambem seu blog. estou seguindo! *-*
Perfeito *--*
ResponderExcluirTah, como voshe já sabe, eu smp pago paau pros seus textos, mtu perfeitoos *-*
Continua assim,q dake a poko vai fase livro, dae eu vo fase uma coleção, imagina só,
PARTILEIRA DE LIVROS DA LETICIA'
Ueeeeeeeeeeel!!!
opkaskospakopsakposa'
Aii sim em!
opsaokpsaop'
Teah adoro Lêh!
Ta smp ake!♥
Lindo texto! Existem muito mais sentimentos alegres vivendo dentro de nós ;D #fikdik
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